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Como Ser Um Bom Psicólogo: 5 Coisas Que Todo Psicólogo Precisa Saber


 

Como primeira publicação no blog da Brapsi, pensei em diversos temas e assuntos que poderiam ser abordados, mas, infelizmente, com diversas situações simplesmente bizarras aparecendo, optei por fazer este primeiro contato com este blog, que poderia também com muita facilidade se chamar: Tutorial Básico Para Fazer o Mínimo.


Apesar de sim, parecer que tudo que irei passar é óbvio e evidente, convivendo e conversando com Psicólogos e pacientes, vamos percebendo o quanto às vezes se faz necessário se reforçar o básico e sua importância para evitar determinadas situações, pois bem, vamos às 5 coisas que todo psicólogo precisa saber.


 

 

O Código de Ética Não é Leitura Opcional

Quando estamos na graduação costumamos separar as leituras opcionais das que são obrigatórias e, não raras as vezes, ouço sobre pessoas que só leram uma parte ou outra do Código de Ética quando oportuno, mas, pessoal, se sua faculdade não cobrou, cobrarei eu: LEIA O CÓDIGO DE ÉTICA. O mínimo que você precisa saber para uma atuação profissional está lá.


Com a falta de leitura do código de ética, o profissional pode acabar realizando diversas ações na clínica que são totalmente vedadas à prática profissional e elas têm muita relação com nossos próximos pontos.


 
 

Na clínica se exerce a Psicologia e não o Direito, você não é Juiz.


Excelentíssimo? Com sua graça darei continuidade às considerações do blog.

Muitas pessoas acreditam que entram na psicologia já sabendo tudo, que já sabem que o psicólogo não deve julgar e que são as criaturinhas perfeitas e imunes a qualquer situação clínica… Mas chegam na clínica e na primeira oportunidade "Nossa, mas você precisa perdoar sua mãe "... "Você não pode sentir essa raiva toda"


Julgamento pessoal, não diz respeito apenas à situações que são socialmente tidos como um tabu descarado, mas também aos pormenores que atravessam nossa moral, ética e religião, o paciente pode não querer e não se importar com a ausência de contato com a mãe, sentir raiva, ódio, etc e não cabe ao profissional invalidar a forma como ele se sente.


Pois bem, ao entrar na clínica, desative o seu julgamento, ative sua escuta no máximo e busque o melhor para seu paciente.


 
 

Ser um bom profissional é também entender que não se pode fazer tudo.


Às vezes nos formamos com uma crença de que temos de atender todos os casos, todos os pacientes e que a abordagem a qual escolhemos é a solução para tudo, mas não é bem assim.


Como psicólogos precisamos entender que haverão casos que não conseguiremos lidar, talvez por uma situação que estejamos vivendo ou por uma temática que para a gente seja intragável a ponto de não pesquisar e estudar sobre aquilo, e tudo bem.


O que se precisa entender é: Quando achar que não dará conta, fique a vontade para recomendar outro profissional, tenha uma rede, confie e apoie outros profissionais e zele pelo melhor para seu paciente. E, principalmente, em casos que incorra em questões sexuais ou criminais, seja ético, lide com delicadeza e faça um encaminhamento que não desmotive o paciente a procurar ajuda.


 
 

A Psicologia não é apenas uma profissão


Uma das coisas que mais estranho no campo da Psicologia é como algumas opiniões e posições de profissionais se afastam tanto da visão da psicologia das coisas.


Quando as pessoas entendem os pontos, formas de pensamento e estudo da Psicologia, é difícil se pensar o mundo sem que seja a partir dela, isso porque, aprendemos na formação a pensar e compreender o ser humano a partir de suas vivências e atravessamentos e devemos usar esse aprendizado.


Na clínica isso vai se manifestar como uma compreensão das causas LGBTs, do sofrimento de uma mulher durante a gestação, na compreensão de um abusador que busca ajuda e nos diversos impactos que todos temos em nossas vidas no dia-a-dia e, o pensamento do profissional deve se voltar a essa questão.


Desta forma, como profissionais e seres humanos, busquem conscientizar e mudar atividades de grupos nos quais estão inseridos e pensem suas manifestações públicas (principalmente em perfis profissionais) a partir desta ótica, pois isso também é atuar em prol da saúde mental.


Não convém a nenhum ser humano, muito menos profissionais, independente se é em contexto religioso ou político, compactuar com pensamentos de marginalização, segregação ou promoção de violência e aqui, nem digo somente quanto à atuação clínica, porque isto vai além, você tem ferramentas para compreender o sofrimento humano e suas consequências, então, use-as.


 
 

Você trata pessoas e não transtornos


Uma impressão que tenho muitas vezes conversando com profissionais da área e principalmente graduandos é que às vezes parece que estão caçando transtornos como se fossem pokemons, precisamos tomar cuidado para não atender os pacientes buscando encaixar estes em alguma caixinha de transtorno, uma busca frenética para preencher requisitos diagnósticos do DSM e aí esquece-se o paciente.


Mesmo quando o paciente chegar na clínica por encaminhamento direto para lidar ou tratar um transtorno, busque conhecer e saber como aquele transtorno afeta a vida dele, lembre que por trás do diagnóstico tem uma pessoa que precisa ser acolhida.


Independente do motivo que levou aquela pessoa para a clínica, ela ainda é uma pessoa e demanda de atenção, cuidado, dedicação e acolhimento, pois somente assim vocês irão realmente conseguir lidar com as demandas.


 

Bom, nosso primeiro tutorial básico de como fazer o mínimo acaba por aqui, queria ressaltar esses pontos que por vezes canso de dizer durante as supervisões, são coisas que por mais simples que possam parecer, às vezes precisam ser reforçadas para um bom atendimento.


Agradeço à todos que leram até aqui, fiquem à vontade para comentar e logo volto com mais publicações para vocês sobre esse mundão da psicologia.


Autor:

Nicollas R.

@psi.nicollas


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